C
O
Z
I
N
H
A
ECO porque cuida das relações estabelecidas entre os seres vivos
e destes com o meio ambiente.
AFRO porque reconhecemos a riqueza histórica e cultural do patrimônio
legado pelas africanas a toda a humanidade
AFETIVA porque confiamos nas lembranças desencadeadas pela percepção sensorial de determinado elemento, um cheiro, uma receita, um objeto.
A cozinha-escola-comunitária da Lanchonete <> Lanchonete é
uma infraestrutura urbana que reproduz um espaço doméstico
que desperta profundo afeto e muito potente para a urgente
re-alfabetização política. Tradicionalmente guardiã do dom narrativo,
a cozinha é o espaço de encontros das pessoas em uma casa,
onde compartilham suas histórias sentados em volta da mesa,
comendo e bebendo. É onde a arte de narrar, própria da
camaradagem à mesa, dá chance às gentes narrarem suas vivências sem embaraço, recuperando o que um dia nos foi seguro e inalienável:
a faculdade de intercambiar experiências pela oralidade.
A ativação das potências da comensalidade vai além da distribuição
de alimentos, uma vez que suas agências colaboram para o desenvolvimento da consciência crítica, da alfabetização, do encontro com diversas disciplinas do conhecimento e o valioso sentimento
de pertença.
Além de garantir o acesso à boa educação em saúde e nutrição.
As cozinhas comunitárias surgem organicamente em espaços
de formação de comunas e de agências políticas, que vão além do ato de cozinhar e comer, contribuindo para construção de saberes diversos, constituição de subjetividades e para o exercício da gestão coletiva de forma conectada diretamente com a comunidade.
ECO AFRO AFETIVA
2023
ERVAS DOS SABERES
Já estão rolando os encontros do projeto Ervas dos Saberes que tem por objetivo promover trocas sobre ervas e medicinas de quintal. Todas as quintas-feiras, moradoras do território compartilham seus conhecimentos sobre compostagem, ciclo da terra, cultivo de ervas em canteiros e seus benefícios para saúde.
Estamos contando com a orientação de Renan Braga, @organicamateria.
Depois do projeto Sabores dos Saberes, agora damos continuidade para a produção de um segundo livro que aborda os saberes ancestrais das ervas.
No período de 2020 - 2022 tivemos o apoio da GASTROMOTIVA no Projeto Cozinha Solidária em atividade pelas mãos do coletivo GUERREIRAS DA GAMBOA na nossa CANTINA!
2022
Sabores dos Saberes é um projeto da Cozinha EcoAfroAfetiva da Lanchonete desenvolvido em parceira com o Museu do Amanhã.
Todas as sextas feiras uma cozinheira do território foi convidada a narrar e cozinhar para outras 15 cozinheiras também do bairro, uma receita que considerasse o maior aproveitamento dos alimentos, com significado importante tanto para sua história de vida quanto para a herança africana na culinária brasileira, como o Baião de dois da Luziete do Quitutes da Luz no Morro da Providência, o Omolokum da Leila da Casa Omolokum na Pedra do Sal,
a Feijoada da Jura do Bar da Jura no Morro da Providência, o Xinxim de galinha
da Mãe Celina de Xangô Yalorixá e Presidente do Centro Cultural Pequena África, o Jabá de Jerimum da Rosana do Bar das Loras e o Bolinho de arroz integral e
mix de arroz da Bela Gil e Ariela Doctors do Instituto Comida e Cultura.
Confira o vídeo que conta um pouquinho de como foi essa experiência.
Para registrar todo o aprendizado encarnado nessa formação, foram confeccionados pelas participantes livros de receita produzidos em oficina do coletivo Dulcinéia Catadora.
Coletivo Dulcinéia Catadora
O coletivo Dulcinéia Catadora foi iniciado em 2007 após dois meses de trabalho colaborativo de Lúcia Rosa e Peterson Emboava com integrantes do Eloísa Cartonera durante a 27 Bienal de São Paulo. Atualmente, funciona dentro de uma cooperativa de materiais recicláveis em São Paulo, Brasil e conta com a participação ativa de Andreia Emboava, Maria Dias da Costa, Eminéia dos Santos e Agata Emboava que trabalham diariamente na reciclagem, e Lúcia Rosa. Edita livros de poesia, de prosa, assim como trabalhos de artistas contemporâneos brasileiros. Os livros são confeccionados por catadoras de papelão e outros profissionais que participam do coletivo. O Dulcinéia tem como ponto fundamental a sustentabilidade, baseando-se numa estratégia de geração de renda que consiste em vender os livros e repassar para as catadoras que os elaboraram o valor da venda, descontados os custos produção.